Os melhores discos de 2019 segundo Flavio Gasperini

Confere aí a lista completíssima do músico (aguarde aí seu projeto solo Vøn Black), professor de inglês, São Paulino, produtor musical, compositor, multi-instrumentista, Flavio Gasperini. Dá uma olhada:




1. Michael Monroe - One Man Gang (Silver Lining)

Mesmo antes de terminar de ouvir o álbum, já sabia que esse levaria o caneco. O ícone finlandês Monroe está de volta, junto com seu velho companheiro de Hanoi Rocks, Sami Yaffa (Jetboy,New York Dolls, Crack, Hellacopters) no baixo, o excelente Steve Conti (Company OfWolves, Billy Squier, New York Dolls) na guitarra, Rich Jones (Ginger) também na guitarra e Karl Rockfist (Danzig) na batera.  O disco já abre com a faixa-título que é punk até a medula, com a participação de Captain Sensible do Damned tocando guitarra. Outros destaques são "Last Train To Tokyo", a quase pop "Midsummer Nights", a perfeita "The Pitfalls Of Being An Outsider" (jovens, aprendam) e "Black Ties And Redtape", a melhor do disco com sua levada quase hardcore e um refrão que comprova o motivo de Michael ser uma lenda viva. É refrescante ouvir um disco de rock n' roll que não soa como cookies orgânicos no camarim. Simples. Direto. Rock N' Roll!.

2. The 69 Eyes - West End (Nuclear Blast)

Os vampiros de Helsinki voltaram com tudo com um dos melhores discos de sua carreira. Jyrki69 soa melhor que nunca, e temos aqui participações de Dani Filth, Calico Cooper e Wednesday 13. Os timbres de guitarra, baixo e batera aqui estão maravilhosos. Os destaques para mim são a pesada "Two Horns Up" (com Dani Filth )", a rifferagem de "The Last House On The Left (de novo com Dani e com Calico Cooper e Wednesday 13)", as já clássicas "27 & Done" e "Cheyenna" (The Cult meets Sisters Of Mercy), "Burn Witch Burn", "Black Orchid" e a bela "Changes".  Não deve nada pra "Paris Kill" ou "Devils". 

3. Toxic Holocaust - Prime Future: 2019 (eOne)

Eu não escuto Thrash Metal todo dia, mas quando eu escuto tem que ser exatamente como esse disco. Talvez o Prince do Thrash, Joel Grind nos apresenta um clássico pronto e mais oitentista, impossível. Só olha a capa. Minhas favoritas são "Black Out The Code", "New World Beyond" (que riff!), a cadenciada faixa-título e "Iron Cage", cujo riff lembra um pouco Mötorhead da época do Orgasmatron. Porradão.

4. Michael Oakley – Introspect (NewRetroWave)

Saindo do Thrash e indo pra Synthwave, esse disco do talentosíssimo multi-instrumentista, cantor e produtor escocês é um deleite para quem sente falta dos anos 80. Se fosse lançado na época pelo próprio Michael ou pelos Pet Shop Boys ou um Yazoo da vida, seria um hit. Destaco a divertidíssima "Left Behind", a linda "Crystal Ship", a podia-tocar-no-Miami-Vice "Control" e "Now I'm Alive", um dueto com a cantora Dana Jean Phoenix, música breguíssima, mas maravilhosa. Esse disco anima qualquer um, o melhor que ouvi do estilo até agora. 

5. Perkele - Leaders Of Tomorrow (Spirit Of The Streets)

O trio sueco existe de 1993, começando como uma banda de street punk,  mas começou a ganhar reconhecimento somente nos últimos anos. Hoje, misturando Punk Rock das antigas (e também anos 90), com Rock básico e um pézinho leve no metal, lançaram esse ano seu melhor disco. Ótimos refrãos, produção crua mas com pegada e nada de frescuras. O sotaque de Ron Halinoja é bem forte, mas só dá um gosto extra pro álbum. O disco abre com a ótima "Winner" e tem como outros destaques "Miss U", "Break Out Break Free", "One Day" e "Far Away". Suécia é foda. 

6. Iggy Pop - Free (Carolina International/Loma Vista)

Meu maior ídolo no Rock, o querido iguana no alto de seus 72 anos, lança o disco mais introspectivo de sua carreira em muito tempo.  A começar pela linda capa e o tom melancólico da intro e do disco (Free). O vozeirão continua o mesmo, chegando a ficar mais profundo até. Ele colaborou com o trompetista Leron Thomas, dando uma cara jazzy pro disco. "Loves Missing" ainda soa como Iggy, "James Bond" é divertidíssima e "Sonali" é mais moderna, mesmo tendo clara influência jazzy. Minha favorita do disco. As três últimas faixas são poemas recitados por Iggy com um som bem atmosférico de fundo. Não sei você, mas eu ouço esse cara falando o dia todo sem problema. Vida longa ao pai do Punk!. 


7. Rick Springfield - Orchestrating My Life (August Day)

Se Iggy é o meu maior ídolo no Rock, meu compositor favorito com certeza é o australiano Rick Springfield. Eu geralmente só coloco discos com canções novas nas minhas listas, mas abro aqui minha exceção. Aqui Rick faz versões elétricas de seus hits, mas acompanhado de uma orquestra. Eu pensei "vai ser pra boi dormir", mas me enganei. O disco é animado, os arranjos fiéis aos originais e a orquestra serve mais como um acompanhamento do que o foco. Ele merece algo assim. Desde os anos 60 na ativa, o cara que "nunca envelhece" tem um catálogo invejável e ninguém chega perto de seu pop/rock de três acordes. Minhas versões favoritas foram de "State Of The Heart", "Love Somebody", "I've Done Everything For You"(co-escrita por Sammy Hagar) "Don't Talk To Strangers", e claro, "Jessie's Girl".


8. Rome - Le Ceneri di Helioro (Trisol)

Quando mencionam a palavra "Folk" perto de mim, geralmente me dá embrulho no estômago. É um estilo que não costumo digerir bem. Mas o último do Rome, direto de Luxemburgo e liderado por Jerome Reuter, me impressionou demais. Neofolk de primeiríssima qualidade, bem dark e envolvente. "One Lion's Roar" exemplifica bem isso. Outras ótimas são "Who Only Europe Know" e "Uropia O Morte", que lembra um pouco King Dude em alguns momentos.  

9. Jetboy - Born To Fly (Frontiers)

Uma das bandas que "quase" deram certo nos anos 80, Jetboy é uma das minhas favoritas. "Feel The Shake" e "Damnation" são clássicos do Hard Rock. O disco novo, com boa parte da formação original, incluindo o carismático e "punk" Mickey Finn. Hard Rock direto à la AC/DC, com alguns momentos de power pop e glam punk a lá Hanoi Rocks, esse disco me deixou muito feliz em ver esses caras em ação. "Old Dog New Tricks" é suja e deliciosa, a faixa-título tem um baita refrão, assim como a power pop "Brokenhearted Daydream", a balada suja "The Way That You Move Me" e "Everytime I Go".   


10. Porn - The Darkest of Human Desires, Act II (Les disques Rubicon)

Banda industrial/goth francesa liderada por Philippe Deschemin, que é sociólogo, psicólogo e pesquisador, e criou um personagem chamado Mr.Strangler que é um serial killer que é composto por elementos de diversos que entraram pra história. Esse é o segundo de um disco temático. Tem muito de Paradise Lost, HIM, um tiquinho de Type O Negative e Killing Joke recente. "Evil 6 Evil" tem uma bela melodia, "Here For Love" já tem um riff quase metal tradicional. "Tonight,Forever Bound" tem uma intro bem anos 90, lembrando nosso saudoso Peter Steele. "Eternally In Me" soa como Marylin Manson cantando no Floodland do Sisters Of Mercy.  Ansioso pelo terceiro ato... 

Vale mencionar: Black Star Riders - Another State Of Grace/Baroness - Gold & Grey/Bryan Adams - Shine A Light/Robert Tepper - Better Than The Rest/Slipknot - We Are Not Your Kind/Ron Keel - Fight Like A Band/Eclipse - Paradigm/Phil Campbell - Old Lions Still Roar/Duff Mckagan – Tenderness/Kaiser Chiefs - Duck

Comentários