Lista do jornalista Denis Moreira.
1. Bob Mould - Silver Age (Merge)
2. Van Halen - A Different Kind of Truth (Interscope)
3. Jack White - Blunderbuss (Third Man)
4. Slash - Apocalyptic Love (Dik Hayd International)
5. Rush - Clockwork Angels (Anthem)
6. The Hives - Lex Hives (Disque Hives)
7. Linkin Park - Living Things (Warner Bros.)
8. Soundgarden - King Animal (Republic)
9. Garbage - Not Your Kind of People (STUNVOLUME)
10. Black Country Communion - Afterglow ( J&R Adventures)
1. Bob Mould - Silver Age (Merge)
Pouca
gente presta atenção nos discos solo de Bob Mould, que já foi do acústico ao
eletrônico, sempre com as melodias redondíssimas que se tornaram sua marca
registrada desde os tempos de Hüsker Dü. E isso é um pecado. Desta vez, porém,
não teve jeito: com músicas ainda mais chicletes (no melhor sentido possível) e
as levadas pop-guitar-indie que sabe fazer tão bem, a crítica e o público
reconheceram este disco como um dos melhores do ano. Com toda justiça.
Ouça:
The Descent
2. Van Halen - A Different Kind of Truth (Interscope)
Sempre
desconfio quando uma banda retoma sua formação original. Se os integrantes não
se suportavam a ponto de cada um seguir sua vida, por que a coisa fluiria bem
quando todo mundo já está mais velho, rico e acomodado nos louros da fama? Mas
o Van Halen calou a minha boca. Com o apoio do excelente (mesmo!) baixista
Wolfgang Van Halen, filho de Eddie, os tiozinhos voltaram arrepiando geral. Um
disco para fazer a nova geração do rock chorar de vergonha no cantinho.
Ouça:
China Town
3. Jack White - Blunderbuss (Third Man)
Nunca curti White Stripes. No
entanto, só um idiota não reconheceria que Jack White tem as manhas, como viria
a mostrar com mais clareza no Racounters e nos dois excelentes CDs do Dead
Weather. Em seu primeiro disco solo, o rapaz mostrou que dá para fazer rock
"tradicional" e fincado no blues sem soar repetitivo ou cheio de
clichês. Sem dúvida, ele é um dos grandes talentos da música surgidos nos anos
00.
Ouça: I'm Shakin'
4. Slash - Apocalyptic Love (Dik Hayd International)
Os
dois discos irregulares do Slash's Snakepit sempre deixaram uma pulga atrás na
orelha sobre as qualidades de Slash como compositor, já que no Guns N'Roses e
no Velvet Revolver ele estava cercado de gente reconhecidamente competente
neste quesito. Esta dúvida acabou em Apocalypse
Love, que reúne hard rock, baladas e rocks moderninhos a la Aerosmith com
refrões ganchudos e instrumental muito bem construído. No More Heroes e Anastasia são
aulas de como fazer rock acessível sem ser bunda-mole.
Ouça:
One Last Thrill
5. Rush - Clockwork Angels (Anthem)
O
mais recente disco do Rush colocou luz sobre um aspecto que, muitas vezes, fica
em segundo plano por causa da excelência de Geddy Lee, Neil Peart e Alex
Lifeson como instrumentistas. Sim, eles sabem fazer música direta, boas
melodias e, principalmente, rock pra agitar. Clockwork Angels equilibra muito bem o virtuosismo e o lado emocional
das composições, com uma dose extra muito bem-vinda de peso. Mais um discão de
uma banda veterana num ano em que os velhinhos botaram pra f***.
Ouça:
Headlong Flight
6. The Hives - Lex Hives (Disque Hives)
Eu
costumava classificar o Hives como uma típica "banda de coletânea",
ou seja, aquelas que botam só duas ou três músicas boas em cada disco. Não é o
caso de Lex Hives. Os suecos se reinventaram buscando ainda mais referências no
rock clássico e, como resultado, lançaram um disco de festa que dá para rolar
inteirinho sem esvaziar a pista de dança. Talvez os indies roots vão achar
muito barulhento ou tosco, mas danem-se eles!
Ouça:
Wait a Minute
7. Linkin Park - Living Things (Warner Bros.)
O
Linkin Park fugiu da fórmula new metal-pop-chatonilda do início da carreira
lançando discos mais experimentais, com um pé bem fincado no eletrônico e quase
sem guitarras. Agora, eles retomaram o lado mais pesadão sem esquecer das novas
influências, fazendo um trabalho que reúne o melhor de todos os mundos: é
viajante sem ser chato, tem peso e não é bobalhão com o Limp Bizkit, traz levadas
de hip hop mais criativas que a média. Ouça sem preconceitos e perceba que eles
mudaram muito - e para melhor.
Ouça: Lost in the Echo
8. Soundgarden - King Animal (Republic)
Muita
gente reclamou que o disco novo do Soundgarden não tem a mesma pegada
sabbathiana dos primórdios, mas a banda já vinha se mostrando mais
diversificada em trabalhos posteriores. Em King
Animal, a banda realmente pegou menos pesado, mas mostra que é possível
envelhecer sem parar no tempo nem deixar de ser rock and roll. Aqui, o lance é
mais Jimmy Page do que Tony Iommi: na excelente A Thousand Days Before, eles chegam a misturar Zeppelin com música
indiana e baião (!).
Ouça:
Rowing
9. Garbage - Not Your Kind of People (STUNVOLUME)
Não
há dúvida de que 2012 foi o ano dos velhinhos: até o Rolling Stones lançou uma
ótima música nova, Doom and Gloom. O
Garbage é mais um exemplo disso. Eles voltaram de um longo hiato para mostrar a
bandas como Metric e Crystal Castles como se mistura rock com eletrônico e pop.
Not Your Kind of People tem a mesma
sonoridade pop-rock-eletrônica dos anos 90, mas sem soar datado. E ainda traz
uma novidade aqui outra acolá, como a levada reggae de Blood for Puppies e o peso de Man
on a Wire.
Ouça: Man on a Wire
10. Black Country Communion - Afterglow (
Dizem
que esta história de supergrupo nunca dá certo, mas eu discordo: para cada
SuperHeavy, existem ótimas bandas como Velvet Revolver, Chickenfoot e
Audioslave. O Black Country Communion também é bom pra caramba. Talvez a banda
mais Led Zeppelin surgida desde o "dirigível de chumbo", o BCC lançou
três discos com tudo aquilo que se convencionou chamar de rock clássico:
virtuosismo, vocais gritados a cargo de Glenn Hughes, trechos progressivos,
influências de blues. Apenas ouça.
Ouça:
Cry Freedom
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