Os melhores discos de 2011


1. Mastodon - The Hunter (Reprise Records)

O Mastodon acertou mais uma vez. Com a quase impossível missão de superar o clássico Crack The Skye (2009), o quarteto de Atlanta nos presenteou com o incrível The Hunter. Mais acessível que os discos anteriores, talvez o “álbum preto” do grupo, o disco nos apresenta 13 faixas, que passam do rock progressivo ao sludge brutal característico do grupo. Confesso que da primeira vez que ouvi eu não entendi, mas depois acabou se tornando um vício, de tão grudento e perfeito que é.


2. Red Fang - Murder The Mountains (Relapse Records)

Em minha opinião, uma das grandes revelações da música pesada deste ano. O quarteto de Oregon fez o ótimo e viciante Murder The Mountains, Com influências de Melvins, Black Sabbath, e porque não de Mastodon, o álbum tem riffs e vocais, com o perdão da palavra, fodas. A faixa “Wires” deveria ganhar um prêmio por ser uma das músicas mais bacanas do ano.


3. Machine Head – Unto The Locust (Roadrunner Records)

Sempre fui muito fã do Machine Head, desde a época do Burn My Eyes, lançado em 1994 (é, estou velho...). Sempre acompanhei a carreira da banda, comprei CDs e tals, mas tive uma decepção enorme com o horrível The Burning Red (1999), e o fraquíssimo Supercharger (2001). Mesmo lançando dois ótimos discos depois disso (Through the Ashes of Empires, de 2003 e The Blackening, de 2007), não conseguia perdoar o líder do grupo, o guitarrista e vocalista Robb Flynn, por ter feito duas merdas daquela. Anos se passaram e parei de dar a atenção de fã a banda. Quando ouvi a música “Locust” pensei: pronto, já vem mais uma merda por aí. E detalhe, essa faixa sozinha já bate qualquer músicas dos discos horríveis citados acima. Quando ouvi o Unto The Locust, perdoei Flynn, e percebi que o cara é um gênio. Que disco amigo, que disco. Thrash Metal moderno, com músicas complexas, de fazer inveja a qualquer ‘bandeca’ de metalcore por aí. A primeira faixa, a épica “I Am Hell (Sonata in C#)”, já vale pelo disco.


4. Anthrax – Worship Music (Megaforce Records)

Foi o disco mais impressionante que eu ouvi esse ano. Confesso que não esperava grandes coisas da volta de Joey Belladonna ao Anthrax. Explico o motivo: o álbum We've Come for You All, de 2003, com o então vocalista John Bush foi um dos pontos altos da carreira do grupo nesta década, Outro adicional foi assistir o DVD do The Big Four e ver que a voz do Belladonna não estava em sua melhor forma ao vivo. Bom, quando coloquei o Worship Music foi um choque. Há muito tempo que eu não ouvia um disco de thrash metal tão legal e vigoroso. A faixa “Earth in Hell” já abre o disco quebrando tudo. Sério, não tem uma música ruim nesse disco. E ainda disseram que a música pesada tava na pior. Se esse disco é estar na pior, porra, o que é estar bem então, fala ai...


5. The Devil’s Blood - The Thousandfold Epicentre (VAN Records)

A fórmula do The Devil’s Blood é simples, mais eficaz. Mistura hard rock, principalmente dos anos 70, música psicodélica , teclados Hammond e uma voz feminina, que em seus melhores momentos, me lembrou Ann Wilson do Heart. O grupo holandês, que intitula seu som de occult rock, é formado pelos irmãos Farida Lemouchi (que tem o nome artístico de The Mouth of Satan ou “A Boca do Satã” na tradução) e Selim. Mesmo sendo um disco épico, com músicas grandes, deve ser a coisa mais grudenta que eu ouvi esse ano. Sério, os refrões e os riffs não vão sair da sua cabeça tão fácil. Deve ser coisa do demônio, não é possível...


6. Cerebral Ballzy - Cerebral Ballzy (Williams Street Records)

Não existe nada de inovador na música do grupo, mas a honestidade do som é tão grande que o Cerebral Ballzy tem a obrigatoriedade de estar nessa lista. O jovem quinteto de Nova York faz música para quem gosta de hardcore/punk, e pronto. Com ecos de bandas clássicas como D.R.I., Black Flag, Poison Idea, Minor Threat, e toda a ‘finesse ‘ do hardcore dos anos 80, o disco é um belo tributo ao estilo. Para quem acha que o hardcore está muito metal ultimamente, e quer ouvir músicas curtas, com letras cheias de protesto, porem simples, o Cerebral Ballzy fez uma bela obra prima em sua estreia.


7. Justice - Audio, Video, Disco (Ed Banger Records)

O Justice nunca mais vai fazer outro (ou Cross) em sua carreira, e ponto final. Foi um disco muito inovador quando foi lançado, em 2007. Agradou de metaleiros a clubbers, e trouxe um grande público para a música eletrônica. Mas não é porque o duo francês nunca mais fará um disco impactante como seu debute, que devemos negar a carreira do Justice. Ao contrário, me surpreendi bastante com o Audio, Video, Disco, Mais roqueiro que o primeiro, o disco novo é viciante. As músicas vão do eletrônico tradicional do Justice a emulações de hard rock farofas, disco music e pops grudentos.


8. Black Joe Lewis & The Honeybears - Scandalous (Lost Highway Records)

O cantor Joe Lewis pegou o melhor de gêneros como soul, blues, funk e rock, e fez o discão Scandalous com o sexteto The Honeybears. Produzido por Jim Eno, baterista do Spoon, o álbum é escandaloso (que trocadilho safado...) de tão bom. Se você acha o Black Keys incrível, você tem a obrigação de ouvir este grupo. Com inspirações musicais vindo de lendas como Chuck Berry, James Brown e Howlin’ Wolf, é impossível fazer um disco ruim.


9. Hate Eternal - Phoenix Amongst The Ashes (Metal Blade Records)

O Hate Eternal fez um dos melhores discos de música extrema que eu já ouvi na vida. Phoenix Amongst The Ashes, quinto álbum de sua carreira, é um clássico do brutal death metal. O líder, vocalista e guitarrista Erik Rutan é um monstro virtuoso e brutaliza com seus urros e os outros integrantes vão na mesma linha. A produção do álbum é épica: mesmo com a barulheira, você ouve todos os instrumentos, tudo no seu devido lugar. Da introdução “Rebirth” ao fim "The Fire of Resurrection”, o disco é uma aula do metal extremo.


10. The Field - Looping State of Mind (Kompakt)

O sueco Axel Willner, vulgo The Field, faz o que chamam de minimal Techno, que é caracterizado pela repetição de batidas e sons, usando o mínimo de elementos na música. Mesmo assim, o som do The Field é uma autêntica viagem sonora, e porque não, complexo em sua composição. Com canções longas, e com um clima gélido, as músicas, do começo ao fim, são autênticos mantras eletrônicos

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